quarta-feira, março 25, 2015

Jardins sensuais de Orfeu. Do Livro Expressão da Alma. Da Crônica à Poesia.






Orfeu usava a lira para transformar sua paixão, seu amor, seus desejos ardentes em melodias que fascinavam até os pássaros... É assim quando o amor chega, com seus encantos, fazendo das sensações sua lira, fascinando os que se rendem a esta magia, com a mais bela e intrigante melodia poética da paixão, dos sonhos e dos desejos mais ardentes, que se transformam em vento suave nos jardins de Orfeu, capaz de arrancar a folha que temia, até então, desprender-se, para enfim rolar e voar livremente nos braços do vento da majestosa paixão.
Como deuses nos jardins sensuais de Orfeu, os apaixonados se entregam com a mesma sensualidade e magia com que Orfeu tocava as cordas de sua Lira.
Com a mesma suavidade com que o orvalho escorre pelas plantas o amado unge o corpo de sua amada, lentamente... Formando pequenas cascatas de vinho puro e cristalino, fazendo do corpo da amada a sua taça, por onde percorre  com os lábios sedentos de prazer, não desperdiçando uma gota sequer para a volúpia  de sua amada.
Assim como o sol, quando liberta seus primeiros raios pela manhã, aquecendo profundamente o mundo  dos mortais, declarando seus loucos e ardentes desejos pela terra, que  aguarda sedenta e serena nas noites escuras e frias,  pelo calor do seu amado a cada  novo amanhecer, seus lábios ardentes, aproximam-se lentamente, até tocarem os lábios da amada no exato momento em que seus corpos se entregam ao deleite delírio místico dos gemidos inefáveis da louca paixão.

Os corpos colados um ao outro em transe absoluto de prazer e delírios, flutuavam sobre o umbral do êxtase  ardente como ouro no crisol.
Márcia Kraemer

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