quinta-feira, abril 08, 2010

LEMBRANÇAS/GRATIDÃO





Ah! Inúmeras são minhas lembranças nestes quarenta e nove anos que tive a graça de viver.
E os que eu tenho ainda por viver, cabem a Deus me conceder.
Só sei que, os que eu já vivi jamais hei de esquecer, estão muito bem guardados na profundidade de uma saudade saudável. Onde imperam as recordações de um tempo, de momentos, de fatos, de gente, de lugares, independente de tristes ou alegres, estão aqui, fazem parte de mim. São partes minhas.
A partir deles fui tomando forma, criando, reformulando e excluindo normas. Resgatando conceitos. Errando e acertando.
Entre os sim e os não que a vida me deu estou prosseguindo. Há coisas que não lembro, talvez porque não merecem serem lembradas, mas há coisas que estão muito próximas de mim, algumas até me atrapalham outras me elevam, dentre as que eu lembro tenho ainda aquelas que já deveria ter esquecido, outras que não quero esquecer e outras ainda que não consigo esquecer.
Tenho fardos leves de lembranças, mas, tenho também os pesados precisando ser revisados, mas, pouca importa, todos fazem parte da minha bagagem, estão na minha mochila existencial, me ajudando a crescer e a vencer, a lembrar e a esquecer.
O que eu fui eu sei, mesmo sem compreender muito do que eu fui, o que sou é sempre um mistério que se revela quando se torna o que fui e o que serei não sei, e nem posso saber, pois ainda não sou o que serei, pouco importa, no momento apenas sou o que sou, para amanhã se houver, ser diferente, pois em nada necessito dos aplausos céticos, meu ser será sempre latente para os desprovidos de atenção, sempre demente para os néscios, inconstante, mas em um breve instante saberão quando diante de si estiver escrito no epitáfio da poetisa que enfim regozija a célebre frase por ela escrita ao longo da vida: “Permaneço viva em cada verso que escrevi. Aqui jaz apenas um corpo, a alma segue compondo um soneto eterno para ti!”
 Márcia kraemer
(Poetisamar)

quarta-feira, abril 07, 2010

ANSEIO POÉTICO





Escrever não é algo assim tão simples. As inspirações não marcam hora nem lugar, simplesmente vem.
Quando menos se espera, elas batem a porta da mente, invadindo os pensamentos, provocando sucessões de sentimentos, abrindo caminhos para as palavras que surgem pelo vasto universo da reflexão, muito bem acomodadas na carruagem da eloquência. É uma espécie de carruagem real, com cavalos alados, conduzidos por um esbelto cocheiro epiceno e épico.
Brincar de ciranda com as palavras,
Pular corda com os versos,
Desafiar os conceitos,
Quebrar os paradigmas,
Reformular as idéias,
Duelar com os sentimentos,
Chorar, sorrir, escrever, rabiscar,
Apagar, amassar, extravasar...
Como pipoca no calor do fogo,
As idéias estouravam,
Os pensamentos explodiam,
Em meio a um doce suave parto,
Nascia um poema.
Gerado na alma, útero da verdadeira inspiração.
Brincadeira?
Desafio?
Duelo?
Lágrimas?
Sorrisos?
Idéias?
Pensamentos?
Emoções?
Fogo?
Alma?
Fonte?
Em que canto obscuro meu ser os abandonou?
Inerte, exilada do próprio eu.
Tornei-me estrangeira dos sentimentos.
Sedenta de emoções.
Saciem minha fome poética.
Retornem ao casulo.
Promovam a metamorfose.
Que os sinos da mente voltem a soar,
Anunciando um novo despertar.
- Acorda poetisa!
- És tu quem dorme!
Márcia Kraemer
09/12/09 20:24 min.