sábado, novembro 28, 2015

POEMA: RETRATO



Às vezes me sinto assim... Como um retrato,
Que alguém se esqueceu de tirar o pó...
Deixado em qualquer lugar do quarto
 A imagem de uma mulher só...
Uma mulher que sonhou um dia
Viver um grande e inesquecível amor
Jurou para si mesma que o encontraria...
Saltando dos versos para na vida compor
O mais lindo poema que alguém já escreveu
Com palavras e rimas bem talhadas
Pela alma da mulher que assim concebeu
No seu íntimo de fêmea exaltada
Esculpiu seus sonhos, escreveu seu romance.
Hoje em um canto esquecida
Relembra o que sonhara a todo instante.
Mas o que restou ela bem sabe e o diz:
Era uma vez uma poetisa cheia de sonhos
Uma mulher que desejou ser feliz.

Márcia Kraemer

terça-feira, novembro 17, 2015

AMOR



AMOR
Suave melodia a tocar na alma
Compondo um novo e feliz semblante.
Como brisa suave que acalma...
Feito pluma exuberante.
Em cada nota a flutuar,
Em formosa sintonia traz a promessa,
Revelando a leveza do sonhar,
Ao olhar o sol que se deita sem pressa.
Em tributo a um novo entardecer
O amor que trago em mim
Possa, enfim, florescer.

Márcia Kraemer
(Poetisamar)

domingo, novembro 01, 2015

POEMA: EU....

POEMA: EU...
Não sou o que me vês
Quando me olhas,
No primeiro instante.
Sou muito além do seu julgamento
Em constantes e vazios rompantes.
Não sou o que ouves falar
O que ousas pensar
Não estou acima ou abaixo
Dos julgamentos constantes.
Não vivo a mercê de conceitos
Não me inclua em seus preceitos.
Sem antes conhecer a essência
De minha alma...
Que transcende uma simples aparência.
Ouça-me além das palavras
Olhe-me além dos teus olhos e
Verás o que ninguém jamais viu
Uma alma em serenata
Ao coração que um dia sorriu.
Perceba-me além, além de mim e
Verás o que ninguém jamais viu
Uma flor em meio ao deserto
Um oásis em meio ao jardim.

Marcia Kraemer

segunda-feira, outubro 26, 2015

REFLEXÃO


ENCANTOS


Encantos
Abrir o coração em flor
Extravasar sem pudor...
Liberar os atinos e desatinos
Das peripécias do amor.
Esperança melódica,
 Sinfonia, hinos...
Dos encantos à alma murmurante
Perdida na imagem distante
De um sonho que por um instante
Pareceu real, livre, intenso,
Na paixão do desejo imenso
Debruçou-se solitária no umbral da desventura
De onde contempla a doce ilusão
Imortalizada pela ternura
Por onde ardeu de paixão
No colo da doce loucura.

Marcia kraemer.

sexta-feira, setembro 11, 2015

FATURAS DE AMOR






FATURAS DE AMOR
Entra ano e sai ano...
Entra governo e sai governo...
E parece que nada muda...
As faturas aumentam...
Os salários continuam mínimos...
A saúde, a educação, a economia, a corrupção...
A violência, a falta de prudência no trânsito...
Suicídios, homicídios, tragédias...
Correm as mídias, viram manchetes...
A inadimplência aumenta a cada ano...
E assim segue o ser humano.
Uma corrida exaustiva pela busca incessante de ser no ter.
Quando bastaria apenas ser.
E com isso nossas faturais emocionais aumentam...
A inadimplência nos relacionamentos afetivos supera qualquer índice anunciado pela mídia.
A corrupção do amor corrói mais vidas do que os cofres públicos.
Os desvios de valores são mais danosos à população do que os desvios de verba.
A falta de afeto é tão antiética quanto o nepotismo.
Mas enquanto o foco estiver na bagunça econômica, no lixo eletrônico, na superficialidade e na corrida pelo poder o ser humano continuará perecendo e continuaremos inadimplentes nas faturas do amor, da caridade e da gratidão.
Queremos um mundo melhor, uma sociedade justa e solidária.
Queremos banir qualquer forma de preconceito.
Queremos direitos iguais.
Queremos políticos honestos.
Organizamos manifestações, campanhas... Saindo as ruas de cara pintadas, batendo panelas... Promovendo barulho... Em meio ao caos social.
E o principal, o essencial fica sempre pra depois...
A nossa dívida interna esta alcançando níveis cada vez maiores...
Uma dívida que não se paga com dois empregos, com vales, cartões de créditos ou com empréstimos bancários.
Amor com amor se paga e jamais se apaga.
Vivemos na era da escassez de abraços, de sorrisos, de encontros.
Falta tempo...
Mas não nos preocupemos, pois quando um ente querido partir nos é concedido o direito, que consta em lei, de um tempo para acompanha-lo a sua última morada... Já que não tivemos tempo para visita-lo a tempo...
A vida é definida como o espaço de tempo entre o nascimento e a morte...
Poeticamente ouso discordar desta ou de quaisquer outras definições e proponho que a vida é o próprio espaço de tempo que dispomos para morrer sem lamentações... Feliz daquele que conseguir tão nobre e louvável gesto de caridade a sua própria alma.

Márcia Kraemer. (Poetisamar)

terça-feira, junho 09, 2015

EU



EU
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca

SALVE AS PALAVRAS DITAS E ESCRITAS...


sexta-feira, junho 05, 2015

ENTRELINHAS


A RAZÃO É SEVERA QUANDO QUEREMOS EXTRAPOLAR OS SENTIMENTOS MAIS VELADOS. 
 ELA NOS PUXA PARA O CHÃO QUANDO NOSSO CORAÇÃO QUER VOAR...
 ELA NOS DESPERTA DOS SONHOS MAIS PROFUNDOS...
 EU DIRIA ATÉ QUE A RAZÃO É O FREIO DO CORAÇÃO...
 O CORAÇÃO É TODO SEM RAZÃO... É ELE QUEM ME FAZ ESCREVER ESTAS PALAVRAS SOLTAS E AO MESMO TEMPO ENRAIZADAS EM MEUS SENTIMENTOS.
 PORQUE A RAZÃO ME DIZ QUE AS ENTRELINHAS DA ALMA SE ENCARREGAM DE PASSAR A MENSAGEM.

 Márcia Kraemer

DEVANEIO



Uns chamam de projeção, outros de ilusão, outros ainda, ousam denominar de carência afetiva, mas eu chamo de loucura a esta dimensão do sentimento humano chamado amor! Uma incógnita para os céticos... Uma extravagância para os néscios...

Marcia kraemer.

O SILÊNCIO DO AMOR


Em meio aos delírios de um arrebatamento avassalador
Na busca exaustiva pelo meu eu eis que encontro o teu
Tristes são as lágrimas de dor, sublimes estas
Derramadas por amor.
Um amor que inflama e reclama
Um amor que suspira e desfalece
Enraizado no coração de quem ama
Ele germina, brota e floresce
Em transe absoluto...
Almeja em seu íntimo
Viver a eterna magia, o eterno encanto.
Como o sol a brilhar.
 A lua e as estrelas a iluminar.
 O pássaro a cantar.
O amor a silenciar
Dois corações a amar.
Amar em silêncio.
Silenciar e amar.
Marcia Kraemer

O RIO DAS MINHAS PALAVRAS



É o mesmo rio que leva meu coração a navegar além- mar,
transbordando  minha alma inquieta que se derrama no leito do rio das cristalinas águas do pensar, sentir, viver e amar. Assim elas seguem silenciosas no solitário curso dos rios. Com o aceno da esperança o coração enxuga as lágrimas da alma. Assim como o sol reflete sua luz sobre as águas do rio, reflito, enquanto o rio me convida a navegar para aportar meu coração no teu. Que Deus nos livre das turbulências dos ventos que sopram contrários sobre nossa navegação. Que do oceano dos meus sonhos,  onde repousam as pérolas, eu possa absorver das palavras que emergem da alma um sentido para continuar navegando silenciosa. Assim como o coração precisa acomodar-se na embarcação, que razão há em um viver sem acomodar as palavras em versos, sendo que neles expresso meus suspiros de amor, inspirada pela alma errante que traz em seu doce e meigo semblante o desejo de navegar no rio das minhas peregrinas palavras que seguem seu curso em breve discurso, vencendo as corredeiras da razão para o coração que por elas aguarda.

Marcia Kraemer.

quarta-feira, junho 03, 2015

D'Alma - Sem Palavras "Florbela Espanca "

Sem Palavras

Brancas, suaves mãos de irmã 
Que são mais doces que as das rainhas, 
Hão de pousar em tuas mãos, as minhas 
Numa carícia transcendente e vã. 

E a tua boca a divinal manhã 
Que diz as frases com que me acarinhas, 
Há de pousar nas dolorosas linhas 
Da minha boca purpurina e sã. 

Meus olhos hão de olhar teus olhos tristes; 
Só eles te dirão que tu existes 
Dentro de mim num riso d’alvorada! 

E nunca se amará ninguém melhor; 
Tu calando de mim o teu amor, 
Sem que eu nunca do meu te diga nada!... 

segunda-feira, junho 01, 2015

SURDEZ DE ALMA

Ninguém sabe o que se passa dentro de um coração sem antes ouvir, sentir e ver os apelos da alma. A compaixão vai além dos atos e abraços... A compaixão inclina-se sobre o coração para absorver de suas batidas descompassadas a essência dos sentimentos velados pela surdez de alma...
Marcia Kraemer

INVERNOS


Acredito que ninguém foi feito para o inverno a não ser o externo...
Quisera eu, manter minha alma em eterna primavera.
Meu corpo em outono.
Meu coração em eterno verão.
O inverno, só o externo.
Que a frieza e a indiferença não congelem almas e corações.
Que o sol dos abraços fraternos seja nossa quinta e permanente estação.

Márcia Kraemer



SUBLIME JUNÇÃO




SUBLIME JUNÇÃO
Quem tem razão? A mente ou o coração?
Quem sabe ambos estejam equivocados...
Na cabeça dos apaixonados...
No peito dos enamorados...
Que se perdem na ilusão
Em uma árdua batalha
Entre mente e coração.
A mente reage enviando pensamentos
O coração devolve em emoção.
Há momentos em que os sentidos se esvaem
E não se sabe mais quem tem razão...
Se a mente ou o coração...
Quando o pensamento for capaz de ouvir
E o coração capaz de sentir
Os apelos da alma inquieta
Enfim saberão
Que no amor não cabe guerra
E nenhum tipo de prisão.
Apenas um elo perfeito
Uma sublime junção
Mente, alma e coração.

 Marcia Kraemer

domingo, maio 31, 2015

D'Alma - Os versos que te Fiz "Soneto de Florbela Espanca"




Versos que aquecem a alma e o coração em sintonia com a canção...
OS VERSOS QUE TE FIZ, POEMA DE FLORBELA ESPANCA
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

sábado, maio 30, 2015

ORAÇÃO DO AMOR.




Desfaçam-se os encantamentos ilusórios, efêmeros.
Permaneça o real, puro e verdadeiro.
Rompam-se as correntes que prendem a mente, a alma e o coração a sutileza dos ímpetos impulsivos, impensados.
Permaneçam os laços de ternura, quietude e paz interior.
Quebram-se os elos da insensatez, da perversa e astuta iniquidade.
Permaneça e se cumpra o amor sublime, o amor que restaura, o amor que edifica e exalta vida.
AMÉM.

Márcia Kraemer 

DEVANEIO



Debruçada no umbral dos sonhos, ela observa as fases ocultas no espelho da alma onde vê refletida, sobre a névoa dos pensamentos, um vulto contemplativo que emerge das profundezas das ilusões, prometendo a si mesma sobre cada lágrima que cai, que para lá não mais voltará... 
Marcia Kraemer.

SUICÍDIO POÉTICO




Pode por ventura um poeta dizer adeus à poesia
Antes do seu derradeiro suspiro?
Amassando sua própria alma como o faz com o papel de anotações arremessado na lixeira.
Cortando os pulsos da veia poética, como corta rimas de seus versos...
Introduzindo uma flecha em seu peito como introduz a vida em seus poemas...
Calando para sempre suas inspirações como calou por tantas vezes para ouvir os sussurros do universo.
Pode por ventura um poeta sobreviver sem escrever?
Pode por ventura um poeta sentir a vida pulsar proibindo as manifestações do amor poético enraizado em seu coração?
Pode por ventura um poeta adequar-se a este mundo efêmero quando seu próprio habitat é a levitação sobre os embustes carregados de pura matéria onde os sentimentos são meros matizes superficialmente rabiscados nos muros da insensatez.
 Pode porventura o poeta, desvencilhar-se do seu espírito para uma matéria que não condiz com sua essência elevada, que se manifesta como o ar em movimento varrendo dos olhos dos que os leem as poeiras que ofuscam a luz de um novo e sublime olhar sobre a vida que pede passagem...
Pobre e inútil existência sem esta pura e cristalina essência!

Marcia Kraemer  26/05/2015