sábado, fevereiro 23, 2013

DEVANEIOS DA POETISAMAR




Alguém me viu por aí?

Preciso dormir, não consigo.
Preciso trabalhar, estou sem a mínima vontade hoje.
Preciso tomar decisões, estou sem coragem.
Preciso reencontrar meu lugar no mundo, não sei por onde começar.
Preciso de um tempo, não, preciso de mais que um tempo, talvez dois, três ou quatro tempos.
Será que tenho tanto tempo assim disponível?
Como podemos medir nossa cota de tempo para cada coisa?
Há algo estranho em mim.
Algo difícil de definir com palavras.
Será que as forças do destino são maiores que as nossas próprias forças?
E, se este tal destino com cartas marcadas existe mesmo, somos capazes de mudá-lo?
Ou nossa única opção é aceitá-lo como vier?
E de onde ele vem?
Quem escondeu a caneta do meu próprio destino?
Eu mesmo quero escrevê-lo, mas no momento me sinto analfabeta e ignorante.
Preciso voltar aos bancos escolares espalhados pelo mundo.
Não, preciso sentar em minha própria cadeira, mas antes preciso das ferramentas para consertá-la, está quebrada.
Há tanto por fazer... E eu aqui sem saber o que fazer, para onde ir.
Quem sou eu? O que faço aqui, digitando tantas perguntas sem respostas? E você? Pode me dizer por que parou para ler este texto, complexo, sem nexo, absurdo, bizarro?
Só não me venha com comentários cheios de palavras bonitas.
De palavras bonitas, mensagens maravilhosas, conselhos, o face está cheio, enquanto que o mundo e a minha vida estão vazios de atitudes. Ah! Sei, você vai dizer que tudo depende única e exclusivamente de mim. Cômico. Patético. Irônico. Não, não estou te zoando , até porque depois dessa você não vai comentar  e muito menos curtir. Não vai mudar mesmo. As palavras somente tem poder seguidas de atitudes. Se você se acha o fortão, não se esqueça de que suas forças extras são para os outros. Deixe de ser orgulhoso e cheio de si e comece a dividi-la com quem precisa.
Tudo bem que você é mais centrado, mais equilibrado, sorte sua. Só não use suas forças extras para julgar. Tá, eu sei que a vida é bela, que devemos ser sempre gratos, blá,blá,blá,blá......
Estou falando de mim especificamente e não da vida como um todo. Tenho plena consciência de que ela já me deu muito mais do que eu merecia. Minha questão é comigo mesma. Talvez uma crise de identidade, ou será de meia idade. Seja lá o que for, preciso sair dessa. Preciso recomeçar. Preciso me reencontrar.
Alguém, por acaso me viu por aí?
Autora: Márcia Kraemer.