sexta-feira, março 16, 2012

POEMA



Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás


  A minha vida tem várias trilhas sonoras, uma delas é esta, a música Poema; composição de Cazuza e Frejat, interpretada pela bela voz do Ney Matogrosso.Simplesmente porque relata um pedaço inesquecível da minha história.
 A primeira  vez que a ouvi, achei incrível, que alguém, em algum lugar, inspirado pela nostalgia poética, tenha composto um poema tão semelhante a minha vivência  que eu mesma não saberia como descreve-la.
Encontrei no Poema do Cazuza  as respostas para todos os meus medos. A frase: “o medo era motivo de choro e ao mesmo tempo, uma desculpa para um abraço, um consolo”... um colo, um afago, uma companhia, tocou-me com uma profundidade capaz de arrancar do meu íntimo todos rótulos negativos que ouvi a meu respeito.
 Recordo que eu passava tardes inteiras, na solidão do meu balanço de cordas amarrado em um galho da ameixeira que ficava no meio do pasto, próximo de um rio, onde eu me balançava e cantava para afugentar o medo da noite, eu sabia que ela viria.
O escuro aguçava minha imaginação, sentia-me amedrontada, a impressão era que a noite trazia consigo monstros, assombrações e fantasmas que somente depois de ouvir esta música e fazer uma releitura da minha vida, compreendi o verdadeiro significado dos monstros da carência afetiva, identifiquei a insegurança como assombração e o fantasma do medo de não ser amada.
Então, no meio da noite, eu chorava para acordar alguém, ou meu pai ou minha irmã mais velha, que eu chamava de “Unga”.
Hoje a menina medrosa desabrochou como mulher, revelada na dimensão poética pela qual expressa sua própria alma como poetisa, e assume que  ao ouvir esta canção cresceu como pessoa, tornando-se mais forte para enfrentar seus próprios medos em um gesto de  acolhimento interior supre suas carências e oferece amor.
Os fantasmas e monstros da menina, sofreram várias metamorfoses ao longo dos anos em que aprendi pela voz do Ney que: “o caminho apesar de escuro e frio, também é bonito” e que  a vida é um poema, onde os segundos são as letras, os minutos as palavras, as horas um verso e o final de cada dia encerra-se com um poema escrito em atos, inspirado pela magia de viver.
Autora: Marcia Kraemer (Marcia Terezinha Kraemer Sehnem)

POEMA SEM ROSTO.





Por correr sem rumo, e andar por caminhos diferentes não te encontrei.
Por vezes, reviro meus sonhos e te encontro, ainda sem rosto.
Fora do alcance das mãos, sem palavras.
Apenas o desejo de te encontrar.
No tempo em que vaguei, sem saber por onde iniciar minha busca,
você deve ter passado por mim e eu não percebi, perdi a hora,
por não saber o lugar, perdi a esperança, ou será que não?
Não sei!
Mas as vezes te sinto tão distante, do meu alcance, do meu olhar,
até mesmo do meu desejo de te encontrar.
Quem és afinal?
Tanto te busquei, e por vezes ainda teimo em buscar?
Mas parece que busco em vão.
Será que um dia terás nome?
Será que um dia terás rosto?
Será que um dia nos encontraremos?
Afinal, será que existes?
Ou és apenas um fruto de uma imaginação lunática?!
És tão estranho como este poema, tão sem nexo como estes versos.
Tão vago como estas indagações.
Tão estranho como estas emoções.
Tão intrigante como os sentimentos que se manifestam nestas palavras.
Só sei que é bom saber que estás em algum lugar.
E que seja lá onde for um dia eu hei de te encontrar.
E aí terás um rosto, terás um nome.
Mas eu o chamarei apenas de meu amor!

Márcia Kraemer
(reescrito dia 14/01/2010
e enviado p/ o blog dos escritores)

quarta-feira, março 14, 2012

Parabéns Rosana!

Parabéns por mais esta conquista, fruto de dedicação e esforço. Desejamos a você muito sucesso!