terça-feira, novembro 25, 2014

VENTO.


Oh, vento da vida que agita a floresta
Com o sopro suave do teu movimento
Leva as nuvens para passear
Ergue da terra o pó
Faz-me companhia
Nesta tarde vazia
Em que me sinto só
Traz dos arvoredos um novo perfume
Espalha no chão as sementes
Movimenta as águas paradas
Sopra no ar a vida
Varre a minha solidão
Refrigera meu coração
Desperta minha alma adormecida.
Oh, vento da vida que corre faceiro
Pelos cantos do mundo segues teu destino
No azul do céu infinito desenha o firmamento
Minhas lágrimas vêm secar
Traz-me a esperança
Faz-me de novo criança
Para que eu volte a sonhar.
Marcia Kraemer

segunda-feira, novembro 24, 2014

GAIOLAS DA VIDA





  

Submetido a um espaço limitado, em cárcere isolado,
o pobre pássaro a observar 
a quantidade de outros pássaros,
livres, a voar.
Cruel destino do pássaro engaiolado, que por mãos amuadas foi capturado.
Se possível fosse ao pássaro perguntar:
- Que sentido tem tuas asas, se não podes voar?
Com certeza, se pudesse me diria:
-Sei que já fui livre um dia, mas ...
esta gaiola não me amedronta, roubar minha liberdade?
Não dá conta,
a liberdade está dentro de mim, e posso canta-la sem fim ...
pois, só agora pude observar o quanto é lindo o meu cantar!
Por isso, de mim, não tenha dó, há tantas pássaros livres
que se sentem só ... e, fazem do canto um lamento,
 da vida um tormento,
aparentemente livres ...  interiormente acorrentados ...
Alguns até preferindo ser um simples pássaro engaiolado,
que canta a felicidade
 por ter se encontrado ...
Eis que, de repente
tornou-se minha
a pretensão de transformar
 liberdade em canção,
lamento em história
tormento em ação
correntes em laços
cárcere em vida
gaiolas em abraços.
Marcia Kraemer