quinta-feira, janeiro 14, 2010

APRESENTAÇÃO DO BLOG "DIMENSÃO POÉTICA": EXPRESSÃO DA ALMA.

Quase no final do ano de 2004 estava eu com todos os meus textos digitados, prontos para serem impressos e encadernados, mas, parecia que ainda faltava alguma coisa, claro a apresentação. Foi então que resolvi pedir a minha filha caçula, na época com 14 anos, que escrevesse um texto de apresentação para o meu livro intitulado “Expressão da Alma”, hoje subtítulo do meu blog.
Ela a princípio ficou encabulada, mas acabou concordando e escreveu, fiquei muito feliz e como agora com o blog, “Dimensão Poética” estamos compartilhando experiências de vida, decidi adapta-lo como forma de apresentação do blog. Minha filha ainda não sabe, quero presenteá-la com esta surpresa em forma de agradecimento pelo que escreveu há seis anos atrás.

Eu, Rosana Sehnem, filha da poetisa Mar, quero falar hoje de algo interessante, as voltas que o mundo dá.
Quando minha mãe pediu-me para que eu fizesse a apresentação do seu blog (livro), confesso que fiquei um pouco insegura, pensando, como iria fazer se nem poeta ou escritora sou? Mas, creio que só filha de poeta sabe o que é isso, pois quando minha mãe está escrevendo e lhe chamamos, ela responde: - “Pis! Estou gestando!” Então pronto, já sabemos que não precisamos esperar nove meses, somente aguardar um pouco para vermos o nascimento de mais um poema.
Foi assim que comecei a fazer, como minha poetisa, comecei a gestar. Mas acredito que quando ela ler esta apresentação dirá:
- “Nasceu prematuro, mas, com saúde”.
Neste blog (Livro), Dimensão Poética, posso afirmar que conhecerás muitos frutos que a poetisa gerou e que nos levam a pensar e refletir. Alguns até me fizeram chorar, outros sorrir, outros recordar.
A medida que se vai lendo, percebe-se como é possível, de uma menina medrosa, insegura, que necessitava de seu herói, meu avô, para dormir a noite, transformar-se em uma mulher, mãe, guerreira, corajosa, forte, sábia e ... poeta!?
Leia e verás as transformações que acontecem nas voltas que a vida dá.
Talvez, você, assim como eu, se identificará ou não com alguns poemas. Mas, saiba que aprendi que cada um é capaz, dentro da sua própria Dimensão Poética, de expressar a sua alma!
Escrito por: Frutinho da poetisa Mar, Rosana Sehnem em 01/12/2004. (adaptado para o blog em 14/01/2010 por mim como forma de agradecimento ao meu frutinho)

terça-feira, janeiro 12, 2010

CRÔNICA: "PAR PERFEITO"

Há quem afirme que não existe com a justificativa de condenar-se assim, a viver eternamente fingindo que está tudo perfeito. Quem está feliz e satisfeito com o seu par diria que está vivendo um relacionamento perfeito. Mas aí é que surge a pergunta: Quem está feliz e satisfeito?
A maior parte do tempo é preenchida com reclamações, cobranças, monólogos intermináveis dentro de uma relação que deveria ser a dois, mas às vezes é dividida por três, quatro, ou fica apenas nas mãos de um, que precisa amar pelos dois, como se isso fosse possível. Quem não está feliz e satisfeito consigo mesmo, dificilmente encontrará em outra pessoa ou em algo, a satisfação e a felicidade que busca. Sem o auto conhecimento torna-se impossível qualquer tipo de busca a não ser a busca por si mesmo. A maioria dos relacionamentos termina não por falta de amor, mas por falta de maturidade e responsabilidade com os próprios sentimentos. O ser humano não se constrói sozinho, mas precisa saber conviver consigo mesmo para poder partilhar suas vivencias com os outros. A formação de pares perfeitos abre um leque de possibilidades de relacionamentos pessoais, profissionais, familiares e sociais, o que precisa ficar claro em toda esta dinâmica de relacionamentos é sem dúvida os questionamentos pessoais: “quem sou o que quero e onde pretendo chegar”. São as perguntas mais difíceis de responder. Ninguém chegou aqui com um manual de instruções preso ao cordão umbilical. Pouco se sabe de si, menos ainda do outro, julga-se saber, conhecer o outro como a palma da mão. Então eu desafio você a pegar agora uma folha de papel e desenhar a palma de sua mão... Mas espera, quantas vezes você já parou para observar a palma de sua mão? Você precisará ainda escolher qual irá desenhar se a direita ou a esquerda, caso não tenha percebido elas são diferentes, mas são suas, e são únicas, fazem parte do seu corpo, que talvez você ainda não conheça e não conhecendo o que vê todos os dias, como conhecer então o que não vê? Como formar um par perfeito com o desconhecido que está dentro de você?
Muitas são as teorias dos inúmeros estudos realizados em torno do ser humano. Poucas são as suas descobertas individuais sobre si mesmo, o que é o que quer e onde pretende chegar. Dos estudos coletivos referente ao comportamento humano consegue-se criar conceitos baseados em observações e conclusões científicas que identificam as mais variadas formas de caráter e personalidade para justificar atitudes e reações frente aos desafios da vida. Sabe-se que cada ser é único. E esta unidade lhe confere atitudes e reações próprias, singulares e individuais. Cabe então a cada ser criar sua forma própria de observação de seus próprios atos, sentimentos e emoções. Prestar atenção em si mesmo é o melhor favor que se faz ao mundo e para o mundo. O universo interior tem mais a revelar do que se pode imaginar. Este universo subjetivo transcende qualquer teoria em busca de um conceito que jamais será único para definir a raça humana.
Você poderá formar um par perfeito apenas com você mesmo, se conseguir esta combinação do eu exterior com o eu interior alcançará um equilíbrio tridimensional com a junção do corpo com a alma e o espírito. O corpo é a parte mais adorada e idolatrada, quando deveria apenas ser cuidado como parte integrante da alma e do espírito. O materialismo ao contrário da espiritualidade proporciona um prazer temporário de fora para dentro resultando de dentro para fora um vazio e uma insatisfação que levam sempre a busca por ele, pois o materialismo é insaciável dentro dele mesmo desencadeando o fanatismo pelo corpo perfeito, o salário perfeito, o carro perfeito, a casa perfeita, o par perfeito, tudo para suprir as exigências do próprio ego.
A afirmação “ninguém é perfeito” é a mais pura e traiçoeira das mentiras materialistas do conformismo, pois nega o crescimento interior, poda as tentativas de se chegar à perfeição. Podemos ainda não ter atingido um alto grau de perfeição, mas somos perfeitos quando nos dispomos a colocar-se neste caminho de busca e assumirmos nossas perfeições acreditando que as imperfeições estão para nosso crescimento assim como estamos para nossa perfeição.
Portanto, par perfeito foi aquele que se uniu para eu e você nascermos.
Par perfeito não se mede pelo tempo que permanecerão juntos, mas pelo sentimento que os une por um certo tempo.
A eternidade é o tempo de duração além do que já foi vivido. Hoje vivo o que eternizei no que já vivi se não eternizei não sobrevive.
Par perfeito: eu e você!
Eu que, não apenas escrevo este texto, mas o eternizo em minha alma no intuito de que essas reflexões me coloquem de volta dentro de mim.
E a você que as leu, desejo o mesmo.
Por: Márcia Kraemer

domingo, janeiro 10, 2010

LEMBRANÇAS

Ah! Inúmeras são minhas lembranças. Nestes quarenta e três que já tive.
E os que eu tenho ainda por viver, cabem a Deus me conceder.
Só sei que, os que eu já vivi jamais hei de esquecer. Estão muito bem guardados na profundidade de uma saudade saudável. Onde imperam as recordações de um tempo, de momentos, de fatos, de gente, de lugares, independente de tristes ou alegres, estão aqui, fazem parte de mim. São partes minhas. A partir deles fui tomando forma, criando, reformulando e excluindo normas. Resgatando conceitos. Errando e acertando. Entre os sim e os não que a vida me deu estou prosseguindo. Há coisas que não lembro, talvez porque não merecem serem lembradas, mas há coisas que estão muito próximas de mim, algumas até me atrapalham outras me elevam, dentre as que eu lembro tenho ainda aquelas que já deveria ter esquecido, outras que não quero esquecer e outras ainda que não consigo esquecer. Tenho fardos leves de lembranças, mas, tenho também os pesados precisando ser revisados, mas, pouca importa, todos fazem parte da minha bagagem, estão na minha mochila existencial, me ajudando a crescer e a vencer, a lembrar e a esquecer. O que eu fui eu sei, mesmo sem compreender muito do que eu fui, o que sou é sempre um mistério que se revela quando se torna o que fui e o que serei não sei, e nem posso saber, pois ainda não sou o que serei, pouco importa, no momento apenas sou o que sou, para amanhã se houver, ser diferente, pois em nada necessito dos aplausos céticos, meu ser será sempre latente para os desprovidos de atenção, sempre demente para os néscios, inconstante, mas em um breve instante saberão quando diante de si estiver escrito no epitáfio da poetisa que enfim regozija a célebre frase por ela escrita ao longo da vida: “Permaneço viva em cada verso que escrevi. Aqui jaz apenas um corpo, a alma segue compondo um soneto eterno para ti!”
Marcia Kraemer