Ao
meu herói, com saudades.
Um
pai por si só, carrega a graça
do
inesquecível.
Um
pai quando abraça,
reaviva
a esperança.
Um
pai quando sorri,
contagia.
Um
pai quando fala,
indica
o caminho.
Um
pai quando canta,
entoa
bênçãos.
Um
pai quando embala
a
filhinha medrosa em seus braços
torna-se
um herói, capaz de
enfrentar
sozinho todos os monstros
e
todos os fantasmas que povoam
a
mente da pequena.
Um
pai quando parte para junto
do
Pai Maior, o celestial, deixa
como
herança, que supera todos os bens terrenos,
os
bons conselhos,
os
exemplos concretos.
Marcas
que o tempo não apaga.
Em
seu semblante, a ternura era mais evidente
que
as marcas do tempo.
Um
tempo ... minha infância,
como
é bom recorda-la e voltar,
por
instantes, ao infantil universo,
colorido
de sonhos e ternura,
de
uma menina meiga e insegura.
Recordo
o meu balanço, feito de cordas,
amarrado
em um galho da ameixeira
perto
do rio, onde passava tardes inteiras,
me
balançando, cantando e sonhando.
O
escuro da noite, aguçava a imaginação,
Por
isso, a noite me amedrontava,
Parecia
cheia de monstros e assombração,
Então
no meio da noite, eu chorava,
para
acordar meu protetor.
E,
sem demora, vinha ele,
o
pai herói, consolador,
sentar-se
ao meu lado
e
segurando a minha mão,
me
protegia, e só se retirava,
quando
eu dormia.
E
hoje, a menina medrosa,
virou
mulher e
os
fantasmas e monstros da menina,
sofreram
várias metamorfoses ao longo dos anos.
Atualmente,
se fantasiam de saudades do herói
que
partiu, mas que por sua intrepidez
de
pai zeloso, intimidou de tal maneira os monstros
que
, não parecem mais monstros,
pelo
menos para a mulher.
Hoje,
eles me parecem apenas bichinhos acuados.
Cá
para nós, acuados de saudades do herói.
SAUDADES!
OBRIGADA PAI
SUA FILHA: MÁRCIA KRAEMER