CRÔNICA: A VERDADE!
Jamais tardia, sempre absoluta, nem sempre aceita,
Nem sempre visualizada... Palpável...
Sentida, esperada, desejada...
Tateada por longos momentos de angustia, dor e
lágrimas.
Ela adentra pelos porões da ilusão, quebra os grilhões
da insensatez que reina no trono das fantasias do cenário montado para um breve
espetáculo onde um atua e envolve o outro que sonha e se deixa envolver sem
deixar de voltar à plateia para observar o protagonista, autor da peça.
Observa, analisa, paralisa.
A verdade ronda o palco, sussurra pelos cantos,
solitária aguarda seu momento, se mistura ao cenário, toma conta do palco entre
um ato e outro.
Até que esgota todos os argumentos... Jogando fora
todos os tormentos... Fecha as cortinas e impera soberana... Suave... Pura
mesmo que dura, implacável, assustadora, mas não mais que sua demoníaca rival,
que enfeita seus caminhos sedutores da falsidade com destreza, sútil e efêmera
beleza...
Inicia-se o monólogo da vida que a alma acolhe
silenciosa e serena toda vez que o coração ferido é tocado pelo bálsamo da
verdade.
Autora: Marcia Kraemer.