quinta-feira, março 26, 2015

A nuvem e o roseiral. Do Livro Expressão da Alma. Da Crônica à Poesia.





A nuvem e o roseiral.
Todas as manhãs o vento passeava leve e faceiro pelo roseiral. Como uma criança inocente fazia suas traquinagens com as vaidosas, que por sua vez, acolhiam a suave brisa. Mas quando chegava ligeiro reclamavam tamanho atrevimento, espalhando suas pétalas pelo ar em repentinos movimentos.
 Uma nuvem curiosa que o observava de longe resolveu aproximar-se para indagar seus estranhos jeitos.
Orgulhoso por sua força, em movimentos de redemoinho soprou a nuvem para longe dali.
Que mais adiante encontrou outro vento contrário que a devolveu aquele lindo cenário.
Resolveu então queixar-se com as rosas pela fúria do vento, e foram logo avisando que apesar de seus trejeitos, simpatizam com ele.
Mesmo inconstante e matreiro fazia sentirem-se bailarinas do evento.
A nuvem, não concordou no momento. Retirou-se para refletir sobre as intempéries do vento.
Quando se deu conta, havia percorrido quilômetros, embalada por quem? Sim, pelo vento.  Então se estendeu majestosa sobre o roseiral, que apesar de seu bailar não saia do lugar. Não sentia outros perfumes além do seu. Enquanto que ela apesar de passageira, tudo via, tudo sentia. Agradeceu o vento e suavemente partiu ao encontro das floretas, montanhas e rios. Do roseiral um lamento surgiu, pela bela visão que partiu. Foi uma nuvem passageira.  E uma lágrima caiu...
 Márcia Kraemer

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