sábado, junho 01, 2013

SAUDADE POÉTICA...


S I L E N C I O S A.

SAUDADE... QUE ESPERA... QUE INDAGA...
SAUDADE QUE ATRAI... QUE FICA... INSITE...
SAUDADE... QUE PULSA... QUE DÓI...

SAUDADE QUE AFLIGE...
 QUE SONHA...
QUE DESEJA...
S A U D A D E...
COMPANHEIRA DAS LEMBRANÇAS...
AMIGA DA ESPERANÇA...

SAUDADE... REFLETIDA NO ESPELHO DA VIDA...
VAGANDO PERDIDA...

S A U D A D E... TEIMOSA...

SAUDADE... LOUCA...

S A U D A D E... BIZARRA...

SAUDADE... EXAUSTA...
 ADORMECE NA RELVA DA AUSÊNCIA...
REPOUSA... MEDITA E PENSA...

COMO PODE ALGUÉM SENTIR SAUDADES DO QUE NÃO É SEU?
SENTIR SAUDADES DE UM SONHO QUE SEQUER VIVEU?
SAUDADE... QUE CHORA...
QUANTAS LEMBRANÇAS CABEM DENTRO DE UMA LÁGRIMA?
LOUCA EU... PRETENSIOSA... INGÊNUA POETISA...
ACHANDO-SE CAPAZ DE DESACORRENTAR O AMOR POÉTICO DAS POESIAS PARA VIVÊ-LO FORA DE SEUS DEVANEIOS...
DENTRO DOS SEUS TRISTES DIAS...
PRECISO DA SENSIBILIDADE E DA OUSADIA DOS POETAS PARA EXTRAIR DAS MINHAS SAUDADES E DAS MINHAS LEMBRANÇAS A ESSÊNCIA DA COERÊNCIA PARA ACEITAR AS MUTAÇÕES DA DINÂMICA DA VIDA, ONDE HOJE TEMOS, AMANHÃ NÃO MAIS, HOJE SOMOS AMANHÃ NÃO SABEMOS...
E ENFIM COMPREENDER QUE A TODOS OS POETAS FOI CONCEDIDO O DOM DE DESCREVÊ-LO APENAS...
E A NINGUÉM FOI DADO A DÁDIVA DE LIBERTA-LO DOS VERSOS, ONDE PERMANECE INTACTO, SERENO, DESEJADO, PROFUNDO E INTOCÁVEL PARA SEMPRE...

AUTORA:MÁRCIA KRAEMER.

quarta-feira, maio 29, 2013

CAIXINHA DE SURPRESAS.


É a vida é assim. Uma caixinha cheia de surpresas.
Basta ter coragem para abri-la e ver se o que está lá dentro não é exatamente o que você sempre sonhou.
Mas, preste atenção. Pegue a surpresa certa.
 É, bem aquela que você por muito tempo ficou só olhando, desejando, sonhando, com medo de por a mão e deixa-la cair, preferiu que ficasse guardada.
Mas guardada não viveu, não aconteceu, não experimentou.
Quantas surpresas estão ainda guardadas em um canto da caixinha!?
E o que será que teria acontecido se a trouxéssemos para fora, para a vida?
Ela está lá, e vai esperar, até quando?
Bom, responda você, afinal a caixinha é sua, a decisão é sua, a escolha é única e exclusivamente sua.
Isso causa medo.
Claro que sim. Porque se fosse outro a mexer na sua caixa, e pegasse aquela surpresa que você até hoje não teve coragem de pegar, e fizesse acontecer, ora, você teria a quem culpar ou a quem agradecer?  

Só que não é assim que funciona. E ainda bem que não é.
Às vezes a gente dá uma espiadela na caixa dos outros, e logo pensa: Poxa, esta pessoa tem tudo para se feliz, e porque não é? Nossa, se eu tivesse a metade do que ela tem já me contentaria.
 O que diria ela se espiasse a sua? Será que não diria o mesmo?
Por falar em espiar, há quem passe grande parte da vida assim, espiando a dos outros e esquecendo-se de viver a própria. É triste e sem graça, mas é mais cômodo.
E quando abrimos uma caixinha e logo percebemos que não era o que esperávamos. E agora? Deixa pra lá.
Mas a gente não deixa pra lá, assim tão fácil. E acaba insistindo em algo que nem sabemos por que foi parar ali.
Ah, e quando puxamos a fita para abrir o laço sem perceber que pegamos a ponta errada e dá aquele nó, difícil de desmanchar... Dá uma vontade de deixar pra lá.
Mas quem deixa?
Queremos saber o que é primeiro. Como se fosse assim tão fácil saber o que são realmente e o que pretendem.
É, esta tal caixinha de surpresas não é nada fácil.
Mas já que a temos, vamos abrindo cada surpresa para ver o que nos espera, mesmo que não seja aquilo que nós esperamos.
Afinal, é melhor abrir do que nunca saber o que sempre esteve guardado para você.

Márcia kraemer.

segunda-feira, maio 27, 2013

CICATRIZES.





Quem não tem pelo menos uma?
Cicatrizes são marcas registradas no corpo. Há quem diga que a alma e o coração também as têm.
As do corpo não nos deixam esquecer o dia em que por lá apareceram, no primeiro tombo de bicicleta, na primeira topada, na primeira cabeçada, e assim por diante.
Mas, nesta hora ainda não eram cicatrizes, eram ferimentos, e doíam muito, na maioria das vezes nos fizeram chorar. A cicatriz não dói, ela é o sinal que a ferida está curada. Se estiver curada é porque já passou. E se passou ficou apenas a marca de um momento que jamais será esquecido.
Olhando para as cicatrizes nesta ótica, podemos entender que elas não são tão ruins assim. São?
Foram momentos vividos com intensidade.
E porque ainda temos tanto medo de nos machucarmos?
Temos medo da dor.
Temos medo de feridas abertas.
E, poxa vida, depois que tudo passa, temos vergonha de nossas cicatrizes?
Tentamos sempre disfarça-las de alguma forma. Será que é para esconder a dor que nem dói mais?

Ou é pura vaidade?


Márcia Kraemer.