segunda-feira, janeiro 25, 2010

MEMÓRIAS DE UMA ADOLESCENTE (em construção)

Esta coletânea de desabafos em forma de versos foi escrito por uma adolescente que em sua fragilidade de menina moça, sonhava com seu príncipe encantado. E depositava em seus sonhos a esperança de viver um grande e eterno amor. Em seus rabiscos, um tanto quanto carentes e bizarros para a mulher que hoje retoma a leitura, declara nas entrelinhas da ingenuidade a longa e solitária espera pelo seu amado. Por várias vezes me contive para não jogar tudo no lixo. Afinal relendo percebo que pautava meus desejos e ideais em puras fantasias de menina moça, chegando a me envergonhar de tamanha carência. Sempre me senti muito solitária. Um pouco deslocada do meu contexto. Insegura carregava o medo de fazer algo por mim mesma.
Espera me parece que estou exagerando em minha análise sobre minha própria adolescência. Passaram-se mais de 30 anos, não tenho o direito de julgar meus próprios sentimentos para afirmar a mim mesma que hoje sou melhor do que já fui se assim procede, o que farei com o que escrevi daqui mais 30 anos?
Creio que a ingenuidade amadureceu neste exato momento em que assumo minha arrogância diante de uma reflexão referente ao meu passado.
Cresci, e daí, continuo frágil e sonhadora, quem sabe foi exatamente por meio destas características que me tornei uma escritora.
Sem mais julgamentos, cobranças e justificativas registro aqui um dos meus textos de adolescente na íntegra.
Prometo a mim mesma que não mudarei uma só palavra, pois quem é capaz de corrigir o passado? Sendo que com uma exatidão precisa ele nos dá subsídios para encarar o presente de uma forma mais intensa, mais coerente e mais real possível?
Não dá para mudar o que fui, posso mudar apenas o que sou. Não posso modificar os sentimentos que me levaram a escrever desta ou daquela forma, pois estaria me privando de um momento único de retomada com o passado da maneira mais sincera possível, deixando vir a tona minhas verdades, assumindo o que fui no passado para entender o que sou no presente, revelando minha inocência fiz as pazes com a minha adolescência.

BALADA TRISTE

Penso em você, no silêncio da noite,
Nas horas tristes de solidão, no abismo da saudade,
Nas doces recordações, sentindo as lágrimas molharem meu rosto,
Penso em você.
Quando ouço uma música suave,
Quando ando em meio as árvores do parque,
Quando passo nos lugares onde costumávamos nos encontrar,
Quando me sento a beira do lago e vejo o sol refletido nas águas límpidas
Sentindo um enorme vazio dentro de mim
Penso em você.
Ao sentir o vento soprar meus cabelos e sussurrar em meu ouvido
Ao sentir o sol aquecendo meu corpo,
Ao ouvir o murmúrio das ondas, ao olhar para o horizonte,
Ao me agachar para apanhar as conchinhas na beira da praia
Sentindo a água molhar meus pés,
Penso em você.
Quando saio à rua sem rumo,
Quando contemplo a natureza,
Quando estou cantarolando uma cantiga de amor,
Quando ouço a voz do meu coração e escrevo
Sílaba por sílaba, palavra por palavra,
até completar uma frase que exprima realmente meus sentimentos
e que fique rabiscada em qualquer lugar como prova de amor
Penso em você.
Porque meu coração fala para você.
E é para você que escrevo esta balada triste de amor!
Autora:Marcia Kraemer

2 comentários:

Unknown disse...

Essa balada triste de amor... poderia ser uma bela canção!
Me recordo que quando era pequena, eu lia alguns textos, de um caderno, branco com azul, com uma moça na capa... e se eu não estou enganada, a balada triste estava lá.. pois sempre foi um dos meus preferidos.
Beijos!! Amo-te. Penso em você.

CarolChiquetti' disse...

acho que inspirei o título ! heheheh
muito lindo, beijo, amo voce !