Depende mais de quem as
ouve?
Ou de quem as pronuncia?
Se fala pensando no
dane-se de como irão entendê-la, é melhor que não fale.
Se ouvir pensando em
julga-las é melhor que não ouça.
As palavras não são assim
tão simples.
Poderiam até ser, se
entre quem as ouve e quem as fala houvesse a mesma sintonia.
Mas, mais do que
sintonia, o que predomina entre o ouvir e o falar são os conceitos e os
preconceitos na boca de quem as pronunciam e nos ouvidos de quem as ouvem.
Neste caso, entre a
dimensão e a complexidade das palavras, prefiro mergulhar na profundidade do
silêncio.
Dizem que um olhar, um
gesto, são maiores que mil palavras.
Um olhar sincero é muito
maior que uma palavra que fere, mas não maior que a palavra que consola.
Um gesto de carinho é
maior que uma palavra que acusa, mas não maior que uma palavra que cura.
Percebem a dimensão e a
complexidade?
Que tal um mergulho nas
águas do silêncio?
Porque águas do silêncio?
Porque o silêncio sempre
leva as lágrimas.
Porque no silêncio
entramos em contato com a alma e dela sim ouvimos a dimensão exata que consola
e cura o estrago que as palavras ditas e ouvidas fazem em nossos sentimentos,
em nossas emoções, em nossos sonhos, em nossa vida.
Mais do que em gestos ou olhares o silêncio as
contem em sua dimensão exata.
Nas palavras estão as
promessas não cumpridas, os sonhos não realizados, os desejos não vividos, os
sentimentos esquecidos e os amores perdidos.
Prefiro ainda o silêncio,
tão raro, tão curto, tão intenso.
Marcia kraemer
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