Quando minhas frases se referem a mim, nem tente entende-las,
apenas lembre-se que eu também tenho sentimentos.
Quando em um poema
que escrevi perceberes um fundo de melancolia e desesperança não o ignore,
apenas o respeite porque foi escrito com a tinta escura da dor.
Quando uma crônica
for pesada, com denúncias de crueldade, não a julgue, apenas reflita suas atitudes
diante do mundo.
Quando encontrares
nas entrelinhas de um conto algum fato relacionado com a minha vida não queira
saber por que o deixei ali, apenas perceba em que parte dele uma parte da sua
vida também se encaixa.
Quando encontrares
uma de minhas memórias rabiscadas por aí não apague, mesmo que pra você possa
parecer inútil e sem graça, apenas deixe-a de lado. Alguém mais sensível que
você poderá encontrá-la.
Quando for
julgada, que não seja pelos meus atos ou pela minha escrita, pelo simples fato
de não querer sentir um calafrio percorrendo meu corpo pelos olhares
desprovidos de discernimento.
Quando tentares
entender minha alma poética, não encontrarás nada além do que já te foi
revelado, o suficiente para que entendas que tenho um coração de carne igual ao
seu.
Quando me
perguntares por que escrevi isto ou aquilo, responderei que apenas escrevi sem
a pretensão de que você goste ou não, entenda ou não, reflita ou não, pois me
cabe apenas escrever. O que vier depois cabe somente a você.
Quando em todos
despertar com clareza que não busco fama, meus escritos correrão o mundo
clamando pela edificação humana.
Quando meu clamor
ecoar no deserto das almas adormecidas, terei concluído minha missão e em meio
à multidão despertada verei vida onde não existia, verei amor onde não havia e
verei, enfim, a possibilidade de abrir novos caminhos agora já sem pedras e sem
espinhos.
Por: Márcia
Kraemer
Nenhum comentário:
Postar um comentário