LEMBRANÇAS
Ah! Inúmeras são minhas
lembranças nestes quarenta e nove anos que já tive.
E os que eu tenho ainda por
viver, cabem a Deus me conceder.
Só sei que, os que eu já vivi
jamais hei de esquecer, estão muito bem guardados na profundidade de uma
saudade saudável. Onde imperam as recordações de um tempo, de momentos, de
fatos, de gente, de lugares, independente de tristes ou alegres, estão aqui,
fazem parte de mim.
São partes minhas.
A partir deles fui tomando forma,
criando, reformulando e excluindo normas. Resgatando conceitos. Errando e
acertando.
Entre os sim e os não que a vida
me deu estou prosseguindo. Há coisas que não lembro, talvez porque não merecem
serem lembradas, mas há coisas que estão muito próximas de mim, algumas até me
atrapalham outras me elevam, dentre as que eu lembro tenho ainda aquelas que já
deveria ter esquecido, outras que não quero esquecer e outras ainda que não consigo esquecer.
Tenho fardos leves de lembranças, mas, tenho
também os pesados precisando ser revisados, mas, pouca importa, todos fazem
parte da minha bagagem, estão na minha mochila existencial, me ajudando a
crescer e a vencer, a lembrar e a esquecer.
O que eu fui eu
sei, mesmo sem compreender muito do que eu fui o que sou é sempre um mistério
que se revela quando se torna o que fui e o que serei não sei, e nem posso
saber, pois ainda não o sou, pouco importa, no momento apenas sou o que sou,
para amanhã se houver, ser diferente, pois em nada necessito dos aplausos
céticos, meu ser será sempre latente para os desprovidos de atenção, sempre
demente para os néscios, inconstante, mas em um breve instante saberão quando
diante de si estiver escrito no epitáfio da poetisa que enfim regozija, a
célebre frase por ela escrita ao longo da vida: “Permaneço viva em cada verso que escrevi. Aqui
jaz apenas um corpo, a alma segue compondo um soneto eterno para ti!”
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