O que é ser um ser
social?
É oferecer o dia
inteiro um sorriso para pessoas que você precisa conquistar para agregar a sua
clientela?
É estar em um ônibus
lotado e fazer de conta que não viu a senhora idosa de pé, pois você trabalhou
o dia inteiro, pagou a passagem, enquanto que os idosos fazem turismo pela
cidade?
É criar atritos com os
colegas de trabalho para mostrar sua competência?
É julgar pela
aparência?
É estar sendo filmado
por toda parte, nas lojas, bancos, supermercados, na rua?
É ter direito a saúde,
garantida por lei e morrer na fila de espera por atendimento?
É olhar como algo
comum, até normal, um ser social revirando o lixo a procura de alimento?
O mundo tornou-se o que
poderíamos chamar de macro jaula, que abriga estes seres sociais que habitam em
sua maioria em micro jaulas. Sim, somos seres sociais, precisamos nos proteger
uns dos outros. Inclusive, são inúmeros os modelos de micro jaulas. Podemos
observá-las, nas janelas das casas, nos muros, nos carros, em qualquer lugar,
principalmente nos bolsos interiores dos seres sociais, que permite a
construção de uma escala de valores e importância em relação aos outros.
Estamos a todo o momento sendo medidos com a mesma escala com que medimos. Isto
porque nossas atitudes demonstram aos outro até que ponto poderão aproximar-se.
Sendo que cada um determina o seu próprio limite, apesar de nem sempre
respeita-lo, e quando isto ocorre automaticamente o limite do outro é invadido.
Com isto, constatamos que, um ser só poderá ser social se conseguir
socializar-se com seus próprios limites, isto é, consigo mesmo. Parte do “eu”,
determinar e equilibrar a interação social. O maior erro que acomete os seres
sociais é a certeza de que a maior falha sempre está no outro. É como aquela
velha e sempre atual narrativa bíblica de Adão e Eva. Estamos sempre a caça do
culpado, neste caso, Eva culpou a serpente, que por sua vez culpou Adão que sem
mais alternativas culpou a Deus por ter feito a mulher. Outro personagem
bíblico que leva a culpa pelas atrocidades cometidas entre os seres sociais é o
demônio, também chamado de coisa ruim, encardido, capeta. O que não falta é
opção no momento de apontar os culpados por tanta injustiça, temos os políticos
corruptos, os policiais bandidos, os traficantes, os negligentes, os
vagabundos, os espertinhos, os assaltantes, os pedófilos, enfim, assumir o próprio
erro por aqui é um fato raro. E assim, vamos levando a vida, nos socializando,
nos conformando, denunciando, reclamando, criticando, raramente, muito
raramente mudando, a não ser de partido político, de emprego, de namorado (a),
de carro, mas a postura continua a mesma, o hábito de socializar-se
teoricamente, apenas com palavras pouco edificantes está longe da verdadeira
prática que seres sociais que dividem o mesmo espaço, pelo qual entraram ao
nascer e o deixarão ao morrer deveriam exercer.
Não pense o prezado
leitor e a prezada leitora, que com este texto e no atual contexto pretendo
aqui demonstrar qualquer tipo de descrença nos seres sociais, ao qual graças a
Deus, fizemos parte. Pelo contrário, acredito que podemos ser melhores e criar
oportunidades para que as mudanças ocorram antes que seja tarde demais,
acredito ainda que o tempo é agora e que a hora é esta e que as grandes
mudanças começam pelas pequenas atitudes. Cada um é capaz de fazer a diferença,
porque ser social é uma questão de atitude!
Autora: Marcia Kraemer
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